Começam na próxima segunda-feira (11), as inscrições de trabalhos para o Projeto Tempos de Arte Literária (TAL), que visa introduzir no currículo escolar da educação básica a produção literária. A idéia é que, através do programa, não se forme apenas leitores das obras clássicas dos distintos movimentos de literatura passados e contemporâneos, mas produtores dessas obras, nos mais variados gêneros, da prosa à poesia, passando pelos contos, sonetos, cartas e, até mesmo, novelas ou romances. As inscrições seguem até dia 22.
"Queremos que os estudantes sejam pequenos autores, produtores da ordem cultural principalmente", enfatiza a coordenadora dos Projetos Intersetoriais da SEC, Nide Nobre. O TAL terá funcionamento similar ao 1º Festival Anual da Canção Estudantil (Face), e será realizado em paralelo ao festival que entra em sua segunda edição. Antes mesmo do início das inscrições de trabalhos, a mobilização já vem sendo realizada. Foram capacitados 150 professores de Língua Portuguesa e Artes que serão multiplicadores e fomentadores da ação literária nas escolas da rede pública estadual.
Em parceria com o Grupo de Estudos em Educação e Linguagem (Geling), da Universidade Federal da Bahia (Ufba), foi realizada a formação desses professores para as metas apresentadas pelo TAL. Uma delas é contribuir para a formação da intelectualidade e espiritualidade (ética e artística) e, com isso, abrir caminhos literários para a participação social, além de construir pontos de encontro e rodas literárias nos ambientes escolares. Outro foco é estimular o gosto pela literatura e leitura, a arte de ler e de interpretar, respeitando a diferenciação de gêneros e estilos das diversas escolas literárias.
Saraus - A culminância do TAL nas escolas será justamente em forma de saraus. Com os trabalhos apresentados a partir do dia 11 de maio, serão realizados os encontros no melhor estilo dos círculos de poetas, contistas, ensaístas e romancistas, da casta da literatura, que agora se sonha formar também dos guetos da sociedade baiana. Como não lembrar novos Machado de Assis, provenientes de famílias pobres, mas ricos em criatividade e talento? E outros Jorge Amado, que contem as histórias de ruas e vielas, imaginárias ou reais, e tornem globais os pensamentos mais íntimos.
Das seleções escolares, serão formados os saraus regionais, dos quais também virão os candidatos para o grande sarau estadual, quando conheceremos aquele que mais se aproximou da maestria de Guimarães Rosa e Manoel de Barros. Sem contar que, como quem voa como condor, desta aposta pode brilhar um Castro Alves. É por isso que a SEC entende que é fundamental o direito ao conhecimento literário, visto que tal patrimônio cultural não pode se constituir apenas como um privilégio de poucos.
Fonte: ASCOM - SEC
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