Dr. Márcio, um exemplo de vida!

     É com muito pesar que escrevo estas breves linhas sobre alguém que sempre foi um exemplo de vida. Digo isso porque na sociedade que vivemos, sempre somos valorizados ou não pela nossa condição social. Com Dr. Márcio não era assim. Ser humano exemplar, médico incomparável, amigo e companheiro. Foi ele que durante muito tempo me atendeu e me explicou como um mestre, o problema que afligia o meu membro inferior. Indicando, assim, o melhor tratamento. Dr. Márcio fazia jus ao título de médico.

      Cumpria à risca ao juramento feito à época de sua formatura. Atendia a todos sem observar a condição social e acabava se transformando amigo dos seus pacientes. Difícil encontrar um profissional tão atencioso e tão preocupado com os problemas de saúde de seus pacientes. Quantas vezes dissipou a dor daqueles que padeciam com enfermidade? Quantas vezes ecoou uma palavra amiga para minimizar o sofrimento de alguém? Quantas vezes, desceu do pedestal de médico, para se juntar a um grupo de amigos para jogar futebol, jogar conversa fora e se transformar em um simples mortal. Dr. Márcio era assim: simples, amigo, companheiro, alegre... Não usava a sua condição de médico para se achar melhor do que ninguém como muitos fazem.   

    Pelo contrário, usava a sua profissão para ajudar a todos e minimizar a dor de quem o procurava. E agora? Quem minimizará a dor da sua ausência? Quem tratará os pacientes como amigos? Quem trará a este mundo a certeza de solidariedade humana? A dor agora não é física. Sofreremos agora a dor da perda. Eu sou um deles. Não haverá bálsamo receitado por ele que dissipará essa dor. Não haverá ninguém que preencherá essa lacuna que assola a todos os seus pacientes/amigos. Conversávamos, ríamos, falávamos sério e dividíamos a mesma paixão: o futebol.  E cada encontro como paciente ou amigo era uma festa. Ele conseguia desmistificar o medo e a insegurança que as clínicas e hospitais, naturalmente, transmitem às pessoas.

  Ele transmitia tranquilidade, expressava serenidade e nos deixava calmos. Estamos atônitos, desesperançados, angustiados, tristes... O nosso médico/amigo nos deixou. Durante o tempo que conviveu conosco só propagou o bem. Ele agora está absorto pelo encanto de Deus e pelas suas expressões de infinita beleza.  Continuará a lembrança do seu cuidado naqueles que tiveram a oportunidade de ser seu paciente/amigo e viverá eternamente no coração daqueles que verdadeiramente o amava. 

     Vá tranquilo, Dr./amigo. Os desígnios de Deus, às vezes, são incompreensíveis para nós pobres mortais. Tenho certeza que os céus estarão em festa para receber alguém que na sua vida terrena só fez o bem e viveu pensando sempre no seu próximo.

     Vá em paz, meu amigo e que possa conhecer o mistério insondável dos céus e da terra.

                                               Sentiremos muitas saudades!

Jailson Rêgo Braz