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domingo, 18 de maio de 2008

Não é a toa que muitos falham tanto na hora de analisar questões relativas à Educação. É que ainda impera uma terrível mania de se fazer avaliações com base numa única perspectiva, num único prisma, num único fator.

Um exemplo: são diversas as pessoas que atribuem o sucesso de uma escola ao modelo metodológico adotado. Estes erram por não levar em consideração os fatores administrativos, pedagógicos, sócio-econômicos e culturais que circundam a instituição.

Nenhuma escola é boa porque adotou o método A ou o B, mas certamente contribuem para o seu sucesso: a gestão eficaz, a formação adequada dos professores, os recursos materiais disponíveis, a estrutura física condizente, a participação da família, a base escolar satisfatória do aluno oriundo de outras unidades...Falham os que fazem um recorte da realidade e atribuem a esse ou àquele fator isolado a razão do êxito de uma instituição.

Equivocam-se por não dispensarem um olhar sistêmico aos processos educativos.São diversos os exemplos que conhecemos no dia-a-dia de alunos que não aprendem por motivos que vão além da escola.

Não é em razão dos professores não saberem ensinar ou pelo livro não ser dos melhores, mas em virtude de estarem enfrentando problemas pessoais e familiares sérios, por não enxergarem bem, por passarem pelos dilemas da juventude sem a devida maturidade, por não terem incentivo dos pais, etc., etc., etc.

Enfim, não dá para dizer que a escola tal é excelente porque faz isso ou aquilo isoladamente, mas sim em razão de atentar para os diversos ângulos que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem.É nisso que reside a injustiça de se avaliar uma instituição pelos “rankings da moda”.

Comparar uma escola pública da periferia a uma instituição particular de alto nível não é nem inteligente, nem producente. Senão vejamos: será que o colégio que está em primeiro lugar do ENEM teria os mesmos resultados trabalhando com os alunos da escola que ficou em último?Certamente a sua resposta foi negativa.

Isso em virtude de você ter considerado as condições de vida dos alunos, o ambiente familiar, as dificuldades econômicas, as carências da antiga escola, a baixa escolaridade de muitos pais, além de diversas outras causas.

Pois bem. Caso tenha sido essa a sua análise, ela levou em conta perspectivas que muitos deixar de relevar em seus “pareceres” sobre as razões do êxito e do fracasso de uma instituição de ensino. Se essa foi essa a sua leitura, você demonstrou não estar no grupo da superficialidade e que entende os processos educativos como merecedores de investigações mais profundas e consubstanciadas.

Clériston Andrade
Fonte: Blog do Coordenador

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