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sexta-feira, 12 de março de 2010

Videoconferência comemora os 100 anos do Dia Internacional da Mulher


Na semana em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a Secretaria da Educação realizou A videoconferência Gênero e raça na educação da Bahia - a situação das mulheres baianas na contemporaneidade, nesta quinta-feira (11).
As professoras Valdeci Nascimento (superintendente de Políticas para as Mulheres, da Secretaria de Promoção da Igualdade), Terezinha Gonçalves (economista e militante do movimento feminista) e Terezinha Barros (ex-secretária municipal de Políticas para as Mulheres de Lauro de Freitas) falaram a educadores e a estudantes sobre a realidade da mulher baiana em várias esferas sociais.
A videoconferência foi transmitida em telessalas instaladas nas Diretorias Regionais de Educação do interior do estado, de onde os participantes fizeram perguntas, relataram experiências e enviaram mensagens. Uma das mensagens, em forma de poema, chegou de Ribeira do Pombal e foi lida pela professora Tânia Miranda. América Kiriri compartilhou o orgulho de ser índia, de ser mulher e clamou: "nada nos impede de lutarmos juntas pelos nossos direitos. Mulher, valorize-se sempre mais!"
Também no sentido de incentivar as mulheres a continuarem lutando pelo reconhecimento e pela valorização, o secretário da Educação, Osvaldo Barreto, enfatizou a necessidade de "renovação, reinvenção e recriação" do movimento feminista: "se a gente se satisfizer com o mesmo, ele tende ao esgotamento", alertou o secretário.
Apesar de predominarem em alguns campos, como o da Educação, e de representarem quase 50% (Pnad - 2008) da população economicamente ativa do Brasil, as mulheres ainda sofrem com o persistente machismo. "O mercado de trabalho ainda não acolhe as mulheres como trabalhadores. Nós somos as primeiras a serem desempregadas em época de crise", ressaltou a professora Terezinha Gonçalves. "Quando há concurso público, as mulheres são maioria e entram com tranquilidade. Agora, dentro da carreira, a progressão não acontece. Esse espaço político de chefia ainda pertence majoritariamente ao homem", analisou a professora.
Dentre as tantas questões que abrangem a identidade da mulher na sociedade contemporânea, a violência a que estão submetidas ainda é o que mais se lastima. "A violência é contínua, recorrente e se alimenta de outras violências. A violência física se alimenta pela violência psicológica, simbólica", caracteriza Terezinha Barros. Para a professora, o senso comum ainda sustenta equívocos ao julgar os motivos da violência contra a mulher: "muitas vezes a vítima passa a ser culpada", afirmou.
Para Valdeci Nascimento, no mês de março, a perspectiva é de massificar as reflexões em torno da questão da violência contra a mulher, delas no espaço de poder e de sua autonomia econômica. "Se a gente consegue atingir esse número imenso de professores e de alunos que o Governo do Estado tem, atingimos uma parcela significativa da população", avalia Valdeci Nascimento.
Terezinha Gonçalves chamou a atenção para a invisibilidade e desvalorização do trabalho doméstico e para a necessidade de uma revisão social sobre a destinação desse serviço para as mulheres. "Eu acho que o trabalho doméstico remunerado tem que ser extinto. O trabalho doméstico não é uma coisa de mulher, é uma coisa das configurações familiares. As pessoas que moram juntas é que devem se organizar para fazer o trabalho doméstico. A partir dessa configuração de trabalho doméstico, é que se leva à discriminação do privado para o público e se sedimenta a divisão sexual do trabalho", justificou Terezinha.

Fonte: ASCOM - SECRETARIA

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