Google
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Os tempos mudaram: onde foi parar o romantismo?


Os tempos mudaram. Os relacionamentos já não são mais os mesmos. Costumo brincar que algumas coisas se tornaram obsoletas no campo do coração e que deveriam ser substituídas, em virtude da tal modernidade.
Roberto Carlos cantou: “rasgue as minhas cartas”. Hoje, porém, talvez fosse mais adequado expor assim a sua indignação com o antigo amor: “delete os meus e-mails”. Seria, desta forma, mais high-tech.
O “Tremendão” (que coisa mais atrasada!) continuaria a entoar sua canção e em vez de pedir “o retrato que eu te dei, se ainda tens não sei, mas se tiver, devolva-me”, substituiria sua reivindicação por “a foto que enviei, se você salvou não sei, mas se ainda tem, anexe-a e devolva-me”. Pois é, enfim essa música chegaria ao século XXI. Pelo menos a música, pois o amor parece que ficou no passado.
Atualmente é assim que banda, ops!, o DJ toca. Estamos nos tempos da virtualidade. Amores começam e terminam pelo MSN, Orkut e outros bichos desta espécie.
A dor de cotovelo então, não mais se expressa com alguém falando desejar que a namorada “seja feliz ao lado de um novo rapaz”, ao invés disso, o que se diz a ela é “aproveite e fique muuuuiiiito com o cara que tá te pegando”. É assim, desse jeitinho..., quanto romantismo!
O “Poetinha” Vinicíus de Moares conquistava assim os seus amores:
"Se você quer ser minha namorada. Ah, que linda namorada, você poderia ser.Se quiser ser somente minha, exatamente essa coisinha. Essa coisa toda minha, que ninguém mais pode ser. Você tem que me fazer um juramento. De só ter um pensamento, ser 'só minha até morrer. E também de não perder esse jeitinho, de falar devagarinho, essas histórias de você. E de repente me fazer muito carinho, e chorar bem de mansinho. Sem ninguém saber por que.”
Mudaram os tempos ou mudaram os amantes? Será que uma mulher se satisfaz em ser elogiada com os versos (???) “popozuda, popozuda”? Afinal, eu estou ficando velho ou o mundo é que atualmente não mais amadurece? Aonde se escondeu a sublimidade do encanto e a pureza da paixão?
Sou um privilegiado. Consigo perceber brilho nos olhos da minha amada Cris, quando rebusco no meu pequeno vocabulário algumas palavras para dizer-lhe o que sinto. Eu não seria feliz se fosse diferente.
Não gosto do romantismo contemporâneo. Ainda prefiro a carta ao e-mail, o bilhete ao torpedo e Vinicius ao Mc Serginho.

Fonte: Clériston Andrade, Coordenador do CPM Juazeiro-Ba.

Nenhum comentário: