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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A recompensa de um professor

por Clériston Andrade

Minha vivência como professor é escassa. Ministrei aulas em um curso ainda no período do meu estágio da universidade, mas tenho conquistas nessa experiência que guardo desde aquele período.

Recentemente uma ex-colega da faculdade me relatou ter encontrado um dos nossos alunos. Ele trabalha numa instituição bancária e fez questão de dizer que se recordava de cada uma das aulas de Ética, disciplina que ficou sob a minha responsabilidade. Depois de 11 anos, o rapaz ainda se lembrava do meu nome e afirmava que aqueles momentos tinham sido importantes para sua formação.

Bem. Por que resolvi falar do que aconteceu comigo? É que trabalho com professores todos os dias e acabo comparando: se em minha parca experiência, alguém ainda se lembra de alguma contribuição... imagine como não é com quem passa anos e anos trabalhando com diversos estudantes. Certamente, cada educador deve guardar muitas histórias mais ricas e preciosas do que essa.

Sempre ouvi que residiam em reencontros entre mestres e aprendizes a grande recompensa do trabalho do professor, afinal, no Brasil, não se pode esperar dos salários algo que soe como reconhecimento. É assim mesmo. Quando um educador se depara com um ex-aluno que conseguiu êxito na vida, ele entende que os dias de esforço, dedicação, angústias e alguns de alegria valeram à pena.

Nenhuma outra profissão é mais altruísta. O professor se realiza no sucesso do outro. Essa, em essência, é a razão do trabalho que desempenha. Ele se esmera em ver o crescimento, o avanço, a conquista do seu próximo, ainda que o seu próximo seja uma criança, um adolescente ou mesmo um adulto.

Tornei-me um Pedagogo. Não sou, como vociferava Darci Ribeiro, um “professor desocupado”. Meu trabalho é liderar professores, auxiliá-los em sua atuação, colaborar com o sucesso das suas ações. A riqueza da minha função, portanto, é justamente estar ao lado de quem é tão nobre no que faz.
No dia destinado a celebrar os educadores, eu me permito apenas dizer quão admiráveis eles são. Admiráveis e insubstituíveis.

Aos meus mestres de ontem e de hoje, com carinho.

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